POESIA DE JAIME MARQUES
" TÓKINO LINDO "
Muito perto de mim, sem qualquer sinal,
Teus olhos tristes me fitavam com tristeza?
Minha alma sentia algo que não queria.
Seria cedo ou tarde, a tua presença fatal?
Eras lindo, amigo e fiel pela tua natureza,
que só comigo entendia e aos cães fugia.
Tókino, era o seu nome registado de bebé.
Em pequenino, chorava sem ter a mãe ao pé,
de raça rafeirinho, aos meus pés era fofinho.
Sempre brincalhão era o meu pequenitotinho!
De raça barulhenta ladrava a toda a gente,
De pé me dava as patas, de feliz e contente.
Tókino este, não comia sem me ver sentado!
Era limpinho, esperto, asseado e engraçado.
Só lhe faltava falar e beijos, gostava dar!
De carro gostava andar de lingua a dar a dar,
Na casa e no carro, era o meu companheiro,
Eu cantava, ele uivava para melhor agradar.
De habito, à noite saía, ao meu colo voltou?
Ferido, atacado por cães, debilitado ficou,
Desta à clínica fui, internado a soro o deixei,
Com vida, olhou-me tão trisre, eu tanto rezei!...
Noutra visita, Tókino morto encontrei!
Com muita saudade, no quintal o enterrei.
Tókino lindo, que foste e não voltaste!...
Onze anos comigo, de alegrias me deste.
Meu coração é triste, na falta do teu ladrar,
Na porta rapavas, davas sinal para entrar.
Lembro-me de ti molhado. a rir eu te limpava,
De ralhar, roncavas, mas um beijo me davas.